Como diria o filósofo – Conheça a ti mesmo.
É uma árdua tarefa – ás vezes preferimos sufocar algum lado de nossa personalidade por medo de perder o amor de alguém. E hoje compartilho com você um desses momentos de descoberta sobre mim.
Desde o início da pandemia tenho procurado ser uma pessoa melhor e para isso é necessário entrar em contato com as minhas sombras.
Algumas são bem assustadoras e me deparar com a verdade nua e crua me deixa bem vulnerável, saber que você não é a princesinha do bem mas a bruxa do mal as vezes dói.
Eu nasci no dia das Bruxas e amo esse dia. Ganhei o apelido de bruxinha na escola – confesso que sempre gostei e talvez eu sempre quis ser uma bruxa de verdade para fazer magias e mudar as coisas de minha vida.
Mudar a vida de pobreza e carência. O corpo magricelo e dentes da “Mônica”, o cabelo todo armado e mal cuidado – ajudavam no pseudônimo.
Esses detalhes da infância e da adolescência despertaram em mim o desejo de ser muito rica para me vingar das pessoas que estavam sempre me ferindo com suas palavras, me julgando pela aparência porque eram os “riquinhos” que faziam isso comigo. E é claro, eu também estava rotulando essas pessoas de más, injustas e na verdade eu estava me sentindo desprotegida e com um desejo enorme de ser acolhida com muito amor por alguém.
Fui uma criança muito carente de amor, educada por várias “mães” porque a minha mãe não estava comigo, faleceu quando eu tinha dois anos. Elas me educaram a serem uma criança boazinha e eu obedeci, o medo de ser rejeitada foi tomando conta de mim e cá entre nós – dizem que o inferno tá cheio de almas boazinhas. O bonzinho só quer se passar de boa gente para ser aceito em sociedade e o mundo não precisa de gente assim, o mundo precisa de pessoas boas.
Sou uma pessoa mediana e esse, com certeza é o motivo de ter uma vida mediana. Na verdade, sempre fiz tudo correndo, apenas para ganhar um elogio, mas eu queria mesmo era ter tempo de brincar -aprendi que primeiro vem a obrigação e depois a diversão.
Levei isso para a vida profissional – fazendo tudo rápido e as vezes de qualquer jeito para ter a diversão que nunca acontece …..hoje trabalho mais de 12 horas por dia, não ganho o suficiente para tudo que desejo e a consequência disso? Deixo a minha criança interna na frustração porque ela não tem tempo para brincar, ser livre e ser feliz.
E como eu cheguei nessas conclusões?
Em agosto eu participei do Fórum Landmark e começou a desconstrução da princesinha do bem e a bruxa começou a ganhar espaço em mim.
Até o fórum acreditava ser a pessoa mais autêntica e sincera do mundo foi quando me vi uma pessoa falsa. Falsa comigo e falsa com as pessoas ao meu redor.
Sim, é isso mesmo! Finjo estar tudo bem quando de fato não está! Encondo por trás de um sorriso, uma mulher frustrada, insatisfeita, medrosa e cheia de dúvidas.
E ontem no Seminário da Criatividade me descobri totalmente arrogante, ingrata e invejosa.
E tem mais – fico me cobrando, me chicoteando através do autojulgamento.
E porque resolvi escrever aqui?
Para que mais pessoas leiam e vejam que não existe perfeição, aliás existe sim – dentro das imperfeições há a perfeição.
Olhar para as minhas sombras me fez uma pessoa mais humana e saber que não sou assim e que tudo isso só está ocorrendo para me mostrar as infinitas possibilidades e criar uma nova história para mim, a partir do momento que eu deixo de julgar, de procurar uma razão e o mais importante – aprender que a vida acontece no agora.
O desejo de ser realmente uma bruxa começa a fazer sentido nesse momento, mas, uma bruxa do bem porque a possibilidade que estou criando para a minha vida nesse momento é ser uma pessoa autêntica, grata e autorresponsável.
Autêntica – com meus sentimentos, se tiver tudo bem – ok; se nao tiver nada bem – ok também, pois nada é, apenas ocorre.
Grata – porque percebi que apesar de não receber aquela quantia em dinheito tão sonhada, eu tenho o necessário e nunca me faltou nada. Sou rodeada por coisas boas, tenho saúde, tenho casa, trabalho, alimento e pessoas queridas ao meu redor.
Autorresponsável – percebi que se tivesse assumido a responsabilidade sem julgar ou culpar os atos de terceiros tudo estaria diferente.
Enfim, resolvi compartilhar essa possibilidade com você que está lendo este artigo para te mostrar que tudo na vida ocorre e nada é para sempre e você precisa se amar em primeiro lugar sem medo de ser quem é!
Um grande abraço,
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